quinta-feira, 1 de setembro de 2016

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DA OBRA DA MINHA AUTORIA



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A MALDIÇÃO DO ACORDO DE ROMA


POR UMA DIMENSÃO FILOSÓFICA DO PERÍODO PÓS-SAMORA



FARUK MÁRIO FERRÃO HALLO


O tempo não é capaz de voltar à história, mas é capaz de repetir a mesma história. Inconcebe-se que “a história enquanto ciência do impossível, na medida em que do passado nada se pode alterar” se não a sua moral ao presente, retornemos ao mesmo passado para desfrutarmos de uma tal felicidade, muito menos retornariamos ao Acordo de Roma para que tivessemos um novo começo pelos erros propositados, mas é possível que, enquanto partícipes do presente que não desejamos, sirvamo-nos disto como produto amargo de sua experiência, para que o futuro não amaldiçoe as próximas gerações; por isso, Cabe-nos pela experiência de hoje e de maneira mais urgente, providenciar elementos alternativos para que o futuro renuncie todos os valores actualmente vividos, e isto passaria por rejeitarmo-nos hoje e agora, ainda que nos pudéssemos questionar se para tal, teríamos que ignorar todo um passado, sendo que produtos do mesmo, ou melhor, a que passado a nossa actualidade responde?
      De entre as opiniões que nos fossem pacíficas, o fim seria único e urgentemente o mesmo, a rejeição do que é-nos dado viver, e isto significa mudança, a mudança do homem como o animal privilegiado em todo o reino zoológico, aquele que para além de se dar conta da sua existência, tem-se com o papel de a influenciar, mudando de rotina, de vida, de escolha e de opinião.
Faruk Mário Ferrão Hállo
                                                                                                                                                           
                                                                                                                                                           



CARO LEITOR…
Se me questionares sobre quem é o político, certamente que lhes identificarei pelos bens materiais que possuem, pelo tipo de autoridade que exercem sobre os outros, pelas promessas falsas e pela mendigues de votos em momentos de escrutino.

Mas se te questionasse sobre quem é o filósofo, provavelmente me dirias: não sei, ou mesmo nunca vi, mas admitirias que tens ouvido falar de filosofia nos discursos políticos, nas reprovações dos estudantes do Ensino Geral, ou pior ainda, nas exclusões aos exames da primeira época, em debates inacabados, nos discursos aparentemente contraditórios, na história das revoluções científicas e sociais, ou simplesmente na fala dos actores de novelas.

Poderias-me também responder que filósofo é o indivíduo que pode facilmente, contornar o sentido de um pensamento sem que o altere da sua verdade, e que várias vezes, tens ouvido em debates juvenis alguém se intitulando filósofo, mas provavelmente não pudesses perceber que seria pelo facto de nunca ninguém lhe ter discordado dum pensamento brilhante, mas contraditórios aos objectivos políticos de um regime em determinada época; em última instância talvez alegasses que filósofo é Severino Ngoenha, por ter proposto que o experimento Filosófico acontecesse no Sistema Nacional de Ensino. Mas acredito que se compreendesses efectivamente sobre quem é o filósofo, darias-me as costas e abandonarias o local da conversa.

Como sempre, diferentemente da Política, a Filosofia enquanto movimento emancipador, é solidária em aposentar todas as tendências de respostas que o homem lhe achar favorável, aliás, é ao próprio homem que Filosofia enquanto manifestação da razão e do espírito procura realizá-lo à medida da sua insatisfação, sem que em volta disto recaia o indesejado. É nesta velocidade que as contradições entre a Filosofia e a Política atingem contornos alargados,
desde a morte de Sócrates aos dias de hoje, desde o Acordo de Roma ao Acordo da Instabilidade Militar.

Com o Acordo de Roma, não se esperava que Moçambique passaria a graduar positivamente na escala dos países mais corruptos na proveta internacional, que o chá de Guruè serviria apenas para exportação, que as regiões Centro e Norte não fariam parte do mesmo Moçambique, que a nudez de muitos implicaria o exagero de poucos, que a opressão da maioria significaria libertinagem da elite, que os quadros fossem corrompidos pelo mercado de trabalho, e que existiriam mais problemas no seio do governo que os problemas da própria nação.

Mas com o Acordo da Instabilidade Militar, chega-se a conclusão que o povo completava vinte anos da sua exclusão nos planos quinquenais, e que Papa João Paulo II intermediou o Acordo de Paz porque o Vaticano pretendia recuperar as instituições perdidas pela autoridade de Samora.
                                                                                                          
Faruk Mário Ferrão Hállo


INTRODUÇÃO

Entre várias circunstâncias que o homem tem-se confrontado em seu processo de vida, o fenómeno político tem-se mostrado incontornável ao seu dia-a-dia, ao mesmo tempo que o filósofo mantém o ímpeto da sua progressão.
É no contexto das metamorfoses que deram início após a assinatura do Acordo de Roma, que nos remeteremos a uma discussão filosófica sobre as oscilações politicas que se observaram a partir do período em que se assiste a ruptura do paradigma samoriano.
A iniciativa para que pudesse existir um acordo, que mais tarde passou a chamar-se Acordo de Roma, pela situação espacial ao qual foi concretizado, deu início a falsificação de todos os modelos de administração que vinham sendo levados pelo presidente Samora.
Em 19 de Outubro de 1986 foi julgado e condenado por razões que só o tempo viria interpretar. Volvidos seis anos, veio a acontecer no processo histórico de Moçambique a primeira ousadia; sugere-se um Acordo que só se dissociou do plano teórico e burocrático em 04 de Outubro de 1992.
A ideia fantástica de um acordo que viesse unir duas forças beligerantes trazia consigo o pensamento brilhante de um país que pudesse ser construído de maneira mais delicada, onde o erro de um pudesse ser percebido pela experiência do outro, um país construído pela sua própria autonomia, uma nação que reserva-se consigo a experiência do passado rumo à emancipação real.
O compromisso acordado não era daquele que justa ou injustamente se rebelou durante os dezasseis anos, não era daquele que silenciou Cardoso e Siba Siba, e muito menos seria daquele que desabitou os bancos e permitiu que os cofres estatais fossem arrombados.
O Acordo ou ousadia com a qual nos comprometemos promoveu, no cenário da política regional e internacional, a imagem de Moçambique como o exemplo a seguir, ao mesmo tempo que galgávamos esperançados a um Futuro Melhor, só não fomos capazes de percebermos que precisávamos de muito mais que um simples Acordo de Roma, um acordo que não se limitasse somente na cessação de morte de inocentes, do calar das armas e da destruição dos bens do estado; carecíamos antes de mais, de um acordo que trouxe-se consigo o elemento inovador quanto a emancipação à que se pretendia, julgávamos que, com a obtenção do Acordo de paz nos encontraríamos preparados para convivermos em um ambiente moderado, só não nos apercebemos que, em paralelo, corríamos em direcção à nossa própria condenação, na medida em que não nos era apto, naquela altura, relacionarmo-nos com uma realidade que nos fosse tão nova; consequentemente, hoje somos julgados pela instabilidade militar e pela falta de consciência cívica, hoje respondemos pelos erros cometidos, e pelos mesmos erros, somos sancionados pelas adversidades que compõem o nosso dia-a-dia, pelas necessidades irrealizáveis, pela globalização que já é inevitável, pela dependência externa, pelas políticas importadas e desajustadas às pretensões da maioria, pela condenação do povo em detrimento da liberdade da elite, pela viciação das culturas locais e pela ignorância impressa nas futuras gerações.
A paz, que hoje é colocada em causa, só é digna de ser vivida quando levada em colectivo, não é propriedade de grupos restritos, pois o pressuposto do acordo com o qual fora concebido era que fosse partilhada por todos, por isso exige de todos, o mesmo.
Carecíamos, antes de tudo, de uma libertação teórica que nos habilitasse, na medida do possível, a conter as emoções pelo que viria, razão pela qual não nos mostramos suficientemente honrados por aquilo que veio a concretizar-se em 04 de Outubro de 1992, a posterior à assinatura, foram marginalizados todos os aspectos de ordem axiológica, a vida da nação era definida ocasionalmente, circunscreve-mo-nos em um modelo de liberdade que se definia em uma vida isenta de prestação de contas, e nem de uma Filosofia clara sobre o tipo de sociedade pretendida futuramente, muito menos se procedeu à definição do que significaria ser moçambicano, pelas escolhas que optamos após o Acordo, vimos anuladas todas as influências que a experiência do passado teria sobre o futuro.
 Após o Acordo, surge-nos a primeira maldição, instalando-se em toda a função pública e a todos os níveis, desde o primeiro ao último Ministério, da maior à menor organização social, confirma-se a expansão da poligamia e do vírus do SIDA, a família começa a desintegrar-se, independentemente da vontade dos antepassados a crença religiosa acaba em opção individual; os filmes da Hollywood acabam em realidade na capital do país, os criminosos são credenciados para desenvolverem o seu ofício,os bem-intencionados tornam-se apenas memória do povo, ao mesmo tempo que o poder judicial disfarçava a opinião pública; com a primeira maldição consuma-se a extinção dos bancos BPD e BCM; enquanto que a filosofia do cabritismo surgia na medida em que o crime organizado era dela resultante.
Desesperados por tudo que não seria, a segunda maldição concretiza-se na medida em que a diabolização do subjectivo assume outras variáveis - o egocentrismo exagerado; a exaltação do eu atinge todos os patamares do sentimento humano, o bem é praticado em função de um retorno ao próprio praticante, enquanto que o povo deixava de ser objecto dos planos quinquenais; com a segunda maldição, as actividades laborais terminam em rotina para que o salário aconteça, a vulnerabilidade do sistema dá-se pela promoção do género; as religiões acabam institucionalizadas ao poder politico, o Conselho Cristão acaba não sendo, a sociedade civil disfarça a opinião pública, os mais fracos tornam-se maleáveis aos mais fortes, a prostituição infantil surge então! incrivelmente, o desenvolvimento económico marginaliza o desenvolvimento social; enquanto que o Estado da Nação melhora em função dos relatórios, frustrada por não alcançar os seus intentos, a liberdade de expressão rompe os seus próprios limites, revoltados por tudo, a media independente multiplica-se e se expande.
Com a segunda maldição, a diabolização do Acordo de Roma atinge o ponto mais elevado, torna-se mais real e concreto, invadindo os quintais, tomando conta da vida individual das pessoas, corrompendo a mente dos inocentes, multiplicando a tristeza das crianças pela autoridade das mães sobre os pais, vandalizando as farmácias públicas pela promoção das privadas, viciando as pautas do Sistema Nacional de Ensino, viciando os créditos bancários, reduzindo o poder de compra e, alegrando-se por assistir pais e encarregados de educação em pânico pelo salário que não satisfaz a mensalidade. A segunda maldição diaboliza a relação entre vendedores ambulantes e a polícia municipal, entre os tchovas e os autocarros, com a segunda maldição assistimos destronada a dignidade do partido Frelimo.
Com a segunda maldição, a ressureição de Samora acontece disfarçadamente em estátuas idolatradas,tanto é que, a sua figura acabou refém de discursos políticos até hoje ouvidos.
Pela realidade a que nos encontramos, onde a cada ano o contrabando de madeira não para de cessar, onde a polícia não para de colaborar com os criminosos, onde as balas perdidas não deixam de ser enigma, onde a cada sessão parlamentar as opiniões dos partidos da oposição não deixam de ser negligenciadas; e muito ainda, quando a cada escrutínio a democratização do poder vem ignorando a decisão do povo, vemo-nos obrigados a invalidar o presente para que o futuro não condene as próximas gerações; podemos melhor que no passado, construir a imagem de uma nação nova, capaz de julgar e condenar a sua própria actualidade, uma nação proposta a novos desafios e a novas conquistas, uma nação capaz de se situar em seu próprio tempo e espaço, uma nação que rejeite todas as tradições assumidas aquando do Acordo de Roma, mas também, uma nação que não seja necessariamente à imagem paradigmática de Machel.
A proposta para uma reflexão filosófica sobre aspectos não menos marginalizados para a construção de um Moçambique verdadeiramente edificado, um Moçambique opinado a um futuro menos pior que o presente a que está condenado deve ser aceite por uma obrigação moral de todos, sem que no entanto, se releve o estatuto social de cada participante, na medida em que cada um, em seu espaço concreto, se torne elemento activo de um todo que se quer realizado na imagem que sempre se esperou; e mesmo que espinhosa, esta batalha que nos é árdua, a Filosofia prontifica-se em oferecer-nos caminhos que nos felicitem em contínuas tentativas, sem que por isto legitimemos o nosso presente pelos erros propositados no passado!
                                                     Faruk Mário Ferrão Hállo
                                                                                                             
“A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal”– Santo Agostinho



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A DEFESA DA PÁTRIA COMO NECESSIDADE HUMANA: A EDUCAÇÃO CÍVICO-PATRIÓTICA COMO
INSTRUMENTO DE DEFESA

Os homens, em suas teorias desfilando nos seus manuais, clarificam que o Homem, como um animal racional, moral e social é capaz de linguagem articulada, garantindo desta forma a eloquência do seu processo evolutivo, aquando da aquisição da consciência e capacidade de distinguir o bem do mal, o certo do errado.
Avaliado largamente através dos séculos, Pitágoras procura provar que o “Homem é a medida de todas as coisas”, enquanto Sócrates elucida ser o “Homem o objecto mais directo da preocupação filosófica”.
Durante o estoicismo e o neoplatonismo, houve uma preocupação para que ocorresse a dissolução do Homem em a natureza, o que, até hoje, se mostrou impossível. Na concepção cristã, o conceito de homem transcende as barreiras mundanas, numa dimensão totalmente diferente.
Jesus superou todos os limites do conhecimento, fazendo-se bandeira do Homem que o Homem sempre desejou ser, por ter desenvolvido todas as aptidões herdadas de Deus, na condição de ser o mais perfeito de que se tem notícia, tornando-se assim, o exemplo a ser seguido por quem deseja ‘libertação real’. Já o racionalismo considera o Homem, desde Descartes, como o ser pensante por excelência, como que compreende e explica o mundo e a si mesmo.
Nos momentos em que vivemos, contemporâneos, Francois Lyotard, nas suas maiores discussões, defende que os propósitos afirmados para que a modernidade pudesse acontecer, estão na sua maior parte falidos pelo crescente egoísmo, criação de blocos de aliados e, principalmente, na venda do saber; assim, o Homem passou a ser caracterizado como uma das realidades mais egocêntricas.
A multiplicidade de tendências, ora vigentes, comprova o interesse dos estudiosos em buscar a emancipação da humanidade em relação aos desafios e dificuldades que a afligem, tanto a nível das necessidades económicas e financeiras, bem como da defesa dos interesses patrióticos, como a preservação dos valores culturais das nações, da unidade nacional, da autoestima e da lealdade.
Enquanto o mundo e os seus cientistas providenciam-nos a evolução técnico-científica, os pensadores das áreas sociais procuram em simultâneo, adequar essa evolução, as suas áreas específicas de conhecimento, por meio das suas inúmeras correntes, escolas e concepções individuais, a Filosofia tem estado a procurar e a oferecer ao Homem caminhos que o felicitem em contínuas tentativas de interpretar a vida e entendê-la.
Todas as tentativas e esforços, até hoje empreendidos pelo Homem, para poder conhecer-se e ter domínio sobre si mesmo, têm em vista o alcance do seu mais elevado grau de perfeição, mas por perceber que também, nalgumas vezes o próprio Homem tem constituído perigo ou ameaça para si mesmo pela sua fraqueza e género egoísta, viu-se obrigado a fazer surgir realidades que lhe garanta levar avante os seus objectivos enquanto nação autónoma, com o fim de permitir o alcance e a preservação plena da paz que ele mesmo, por vezes, tem colocado em causa, tudo pelo pessimismo e maldade que têm constituído o fulcro dos insucessos que ele mesmo tenta ultrapassar.
Percebemos que, desde a idade da pedra aos nossos dias, inúmeros artefactos de defesa, que também são de destruição, atravessaram várias fases de desenvolvimento graças a razão humana que incessantemente, procura alcançar o infinito das suas entranhas, apesar de também ser uma realidade que, quanto mais desenvolvidos forem os meios de defesa, mais assustadores são para a iminência do próprio Homem que se procura emancipar para um convívio colectivo e harmonioso.
Posto isto, talvez melhor, nos fosse conveniente questionar se vale a pena persistir-se nesses moldes de vida, e qual seria a moral da vida? É aí onde a Educação Cívica e Patriótica dos homens que denunciam as suas vidas em função da maioria/povo, deve sentir-se obrigada a intervir de forma activa não só em seu meio, bem como na do próprio povo.
Em todo o mundo, a tarefa cívico-patriótica das tropas tem entre inúmeras missões, a tarefa de oferecer ferramentas capazes de garantir a modernização moral e ética das mentes, deixando claro que o fim último de todo o processo, é a não permissão da insegurança territorial. Assim, em momentos assustadores, a Educação Cívica e Patriótica das tropas pode ser definida como uma área de conhecimento que, usando métodos da razão e da linguagem, tem como fim último, o alcance e a preservação total da paz, por meio da paz, evitando que das acções decorrentes em momentos tais, possam recair à maioria.

Embora reconheça como singela a minha contribuição espero, de alguma forma, ter auxiliado aqueles que leêm a este artigo, com real desejo de renovação e aquisição de saúde psicológica, consciente de ter feito o máximo neste momento crítico em que o País e mundo atravessa!

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: BIOGRAFIA I.              IDENTIFICAÇÃO Apelido:                                        Hállo            Nome:                           ...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013




      FILOSOFIA DO ESTADO
 PARTE II


Aquando da invenção da máquina a vapor, o que se tem traduzido nas expressões frequentemente usuais como a A Revolução Industrial, bem como da luta na emancipação do homem naquele período, também traduzido nas expressões como O Iluminismo, as sociedades locais fizeram-se caracterizar de problemas peculiares como a procura de melhores condições de vida.
Assim, os pontos onde residiam as novas técnicas tornaram-se os bastidores no que tange ao teatro dos problemas sociais nunca antes assistidos. Fenómenos novos como criminalidades brutais, prostituição aguda e mais, que foram o fruto da superação populacional em relação aos recursos e ao próprio domínio espacial, levaram ao desespero dos que exerciam o poder, assim como era o caso da Polis na Grécia antiga.
Ora, a aderência ou preferência dos habitantes das zonas Centro e Norte à capital do país convida a esta mesma região a deliciar-se das amarguras outrora atravessadas pelas sociedades mentoras das técnicas industriais; a concentração de recursos apresenta-se como resposta da indagação do cenário actual em nossa sociedade.
A infelicidade do discurso político a esta problemática reside na contradição entre a teoria que advoga os quadros para o distrito, antes que estes garantam recursos para os respectivos quadros, e consequentemente para a maioria, e isto é o que tem caracterizado o vazio das novas políticas de desenvolvimento.
A questão dos recursos não pode ser reduzida a multiplicação de simples instituições ou laboratórios desprovidos de materiais ou equipamentos para a operação dos quadros que o governo tanto investe, para a posteriori não pode-los aproveitar de forma racional, onde Moçambique é o exemplo mais visível entre as nações.
Contudo, a questão dos recursos deve ser vista num prisma ainda mais alargado, na medida em que não reparamos neles de forma limitada, mas transcendendo aquilo que é o seu campo de actuação, como as novas infra-estruturas, como é o caso de melhores estradas, serviços bancários, sanitários, económicos e mais; pois, os quadros que se pretendem que se desloquem aos distritos para servirem como operadores também são objectos de operação de outros operadores.
É inconcebível que um bom electricista tenha um atendimento sanitário precário, ao mesmo tempo que assiste o seu filho estudando em escolas debilitadas materialmente e com uma pedagogia fracassada por falta de recurso humano qualificado, assim como recurso didáctico; sem ainda fazer menção da comunidade em geral que idem merece este privilégio, resumindo-se assim numa perda da sociedade futura.
Com isso, urge ao governo o maior senso de responsabilidade no exercício do poder, pois trata-se de uma luta orgânica na medida em que ao repararmos o electricista, simultaneamente teríamos que reparar o militar como defesa das fronteiras do próprio distrito, o médico, agrónomo, canalizador entre outros serviços.
A possibilidade de uma analogia política entre Moçambique e a maior parte dos países africanos tem a sua base na partilha dos mesmos problemas, quer ao longo da história tanto com o presente, de maneiras que seria lícito que nos espelhássemos nestes povos irmãos, não na perspectiva de duplicarmos os nossos problemas na recolha dos problemas deles, mas na perspectiva de colhermos deles as qualidades que lhes fazem diferentes de nós em termos de prosperidade, pois seria-nos fictício qualquer tentativa de comparação em relação aos países do primeiro mundo, pelo facto destes já terem transcendido o que ainda nos é utopia.
A Problemática da monopolização de recursos pode com facilidade dirigir-nos para um futuro sombrio etnológico na medida em que poderemos futuramente contar com um número elevado de esclarecidos em uma apenas região, marginalizando nesse sentido as outras regiões, que cultivarão acentuadamente os hábitos tradicionais como fruto da ausência de uma visão racional ou científica da realidade.
Por se tratar de um problema de culpa política, não seria novidade se pensássemos que com a presença de um forte partido político, seria de extrema vitalidade para a nossa sociedade no contexto de vida em que nos encontramos.
A proliferação destes grupos apenas em momentos eleitorais tem provado integralmente a inexistência de um punhado de gente que se preocupe realmente com os problemas da nação; e como auge, a mediocridade destes grupos é revelada pelo número elevado, se não cabalmente, de gente não esclarecida, razão pela qual repetem em outros moldes as mesmas promessas às dos outros grupos.

     



terça-feira, 22 de janeiro de 2013




FILOSOFIA DO ESTADO


   Após as independências africanas os países então libertos da opressão, desenharam e seguiram vários modelos de administração política; por serem do mesmo continente e por viverem quase da mesma situação económica, social e cultural, à razão de adoptarem a mesma directriz política não lhes seria de carácter imperativo, por esta mesma razão Moçambique fez a escolha do seu próprio destino.
   Hoje, cada uma dessas nações vive as consequências das suas escolhas, mas o pertinente seria questionarmo-nos o que nós como moçambicanos vivemos, ou melhor, se podemos nos responsabilizar do que vivemos.
   Aquando da conquista da sua liberdade no ano independência, o povo somente soube dizer que conquistara a liberdade de viver, só não soube que também gozava do poder de escolha do tipo de vida que pretendesse viver, observando-se então, em políticas a priori definidas e oseu próprio destino encomendado pelos desejos de uma menoria; é nestes casos em que a Filosofia enquanto atitude crítica sente-se obrigada a intervir no fenómeno político, demandando e questionando a sua essência.
Talvez fosse-nos conveniente indagarmo-nos sobre as razões deste povo não ter que partilhar da soberania que ele mesmo obtera por meio de esforços intensos.
Por mais que sejamos os mentores e detentores da nossa própria soberania, a ausência de coragem, determinação e sobretudo inteligência, que são instrumentos nos quais sem eles impossível tem sido utermo-nos da grandeza que portamos, poderemos com isso, considerar que os moçambicanos são por um lado, os mentores da sua própria exclusão na partilha do poder, e desta maneira tem sido difícil ainda opinar sobre como sair desta situação; pois não será por um simples dizer “mudemos de carácter”, o problema é ainda mais complexo, na medida em que permitimos que esta falta de carácter da nossa parte se alastrasse num período mínimo de 35 anos.
É claro que em regime democrático tudo nos é permitido, mas vale apenas recordar que nem tudo nos convém, a escolha de um partido opositor, ou a renúncia do então, poderia não nos ser a solução, mas não nos seria de maior atrevimento se pensássemos nalgumas reformas no seio do mesmo.
A problemática da governação não pode ser percebida parcialmente, na medida em que reparamos para ela como um simples exercício de fazer a vontade do povo, assim como tem sido característico apenas nas campanhas eleitorais, onde qualquer concorrente encontra-se disposto e capaz de ouvir e fazer a vontade da maioria, a governação não é apenas mecânica quanto pode parecer para muitos, ela é muito mais teórica na medida em que pressupõe o bem da maioria hoje e amanha, é daí onde não é um simples ouvir o que o povo deseja, pois o mesmo povo pode não estar cônscio dos riscos que o seu próprio desejo pode futuramente culminar; de maneiras que, a noção de uma boa governação também implica dizer não a certos desejos do próprio povo que o confere a direcção do poder,de maneiras que, seria-nos sobejadamente arriscado efectuar a escolha de um partido sem antes atentarmo-nos para a sua massa intelectual.
É por todos sabido que a Frelimo é o único partido de momento no âmbito da conjuntura nacional com o maior número de intelectuais; aliado a isto, um dado não nos é digno de ignorância, sendo - que em matéria de governação podemos esperar lacunas de qualquer partido enquanto um colectivo, de qualquer dirigente enquanto indivíduo, porque mesmo os anciãos e os seus crentes decepcionam nalgum momento as suas próprias doutrinas.
Por outro lado, temos a problemática do povo que por direito próprio lhe é de mérito a partilha do poder, mas esta partilha implica antes de mais estar cognitivamente habilitado, e isto passa por uma preparação intelectual desejada, com isto, é de perceber que a partilha assim como a direcção do poder convergem num ponto comum – o intelectualismo; eis assim a atitude recíproca no dualismo entre o governado e o governante.
Infelizmente, a maior parte das sociedades africanas não gozam do privilégio de estarem cognitivamente capacitadas, talvez seja esta a razão de qualquer um ostentar o desejo de dirigir uma nação, consequência: vários partidos vão emergindo sem base teórica de sustentabilidade prática, confundindo a governação com a melhoria de vida económica pessoal, concepção que se distancia em muito dos ideais de Mondlane, Samora, Nkhruma, Mandela, Nyerere entre outros, que humildemente abdicando-se nos problemas do povo tornaram-se reféns ou vítimas da liderança; qualidade esta por muitos desejada, razões que actualmente assistimos o degladear de formações políticas inconsistentes; é aí onde testemunhamos o lado negativo da democracia, mas podemos ainda apostar nela como forma de reverter a mesma situação, desde que nos incumbamos em definir critérios rigorosos de candidatura, o que não nos qualificaria de pouco democráticos, quando muito orientadores da própria democracia; pois, é deveras preocupante observar num só país milhares de partidos ostentando o desejo de dirigir uma nação, sabendo porém, que o advento de um partido pressupõe a reprovação do existente, mas contudo, por barbaridade maior todos dizem e prometem as mesmas coisas, revelam-se assim os políticos sem política; deste modo, torna-se necessário o estabelecimento de um número limitado de candidaturas, como forma de não atrapalhar na plenitude as mentes do meu povo que por razões históricas o seu grau de análise apresenta-se indesejado, numa realidade equivoca onde nos deparamos com um número elevado de partidos que os problemas por resolver.
Um outro dado pertinente que os nossos políticos deveriam ter em conta é a razão de não ser pelo facto da noção de uma boa governação implicar nalgum momento a censura dos desejos da maioria que o poder se resumiria na autoridade sobre os outros, ser poderoso não passa pela existência de submissos, é poderoso quem deseja e concretiza o melhor para o outro; e porque a determinação do que é melhor não se limita apenas na concepção que temos do que é melhor para outro, mas sobre tudo quando este percebe o que lhe é melhor, o poder será também a capacidade de por vezes ignorarmos o que percebemos como forma de concretizarmos o que os outros percebem, assim, ser poderoso é também estar sujeito.
É evidente que se os nossos políticos levassem em consideração esta verdade, teríamos menos partidos concorrendo para a liderança do país, pois o poder não é uma questão de capacidade nominal, mas realizadora.
Lamentavelmente, a política em África ganha a sua definição como o meio onde se concretizam os jogos de interesses individuais; com isso, urge-nos a necessidade de pensarmos de forma epistémica não sobre a política, mas sobre os nossos políticos, e com maior rigorosidade sobre as suas relações para com o povo. É urgente que ultrapassemos a visão reducionista que temos da democracia, ela deve transcender a tendência material que temos a seu respeito, pois não significaria apenas o direito de todos, mas acima de tudo, a honestidade de todos.
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quinta-feira, 16 de agosto de 2012



BIOGRAFIA


I.             IDENTIFICAÇÃO
Apelido:                                       Hállo          
Nome:                                          Faruk Mário Ferrão
     Data de Nascimento:                 15 de Janeiro de 1983                    
     Naturalidade:                              Zambézia  
     BI:                                                110300026424C                                    
     Residência:                                  B. Maxaquene (B)
Estado Civil:                                 Solteiro                        
     Contactos:                                   Cel: 84 8918253   
                                            
II.           HABILITAÇÕES LITERÁRIAS

Ø  Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Pedagógica de Maputo - 2010;

Ø  Técnico Básico em Electricidade pela Escola Industrial e Comercial Ngungunhane de Lichinga - 2001;


Ø  Médio Geral pela Escola Secundária Paulo Samuel Kankhomba de Lichinga - 2005.

III.          FORMAÇÃO

Ø  1º Curso de História Afro-Americana, promovido pelo Instituto Martin Luther King em Cooperação com a Embaixada dos Estados Unidos de América - 2008;

Ø  Curso de Formação de Escritores Literários pela Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO) – 2002;
Ø  Instrução Básica Militar no Centro de Instrução Básica Militar da Manhiça – Munguíne – 2010;
Ø  1º Curso de Adequação de Alferes Milicianos na Academia Militar de Nampula - 2011.





Ø  Trabalha nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, no Estado-Maior General, como Oficial ostentando a patente de Alferes, desempenhando as funções de Assistente do Director do Departamento de Doutrina – Brigadeiro-General Francisco Zacarias Mataruca - 2012.

Ø  Empresa Aeroportos de Moçambique como Técnico Operador em Sistema de Redes Eléctricas em Lichinga - 2001;


Ø  Secretário de Mesa nas eleições Municipais em Quelimane – 2003;

Ø  Realizou trabalhos de Estágio nas Escolas Secundárias Josina Machel, Armando Emílio Guebuza e na Secundária de T3 nos anos 2006, 2007 e 2008 na Cidade de Maputo, respectivamente.

CONSIDERAÇÕES:

A cada artigo, texto ou conteúdo que fordes a observar nesta caminhada científica, que será nossa, claro, sabeis que ela merecerá de consideração especial, o que juntos nos aproximamos para que em nome dos ideais dos pensadores clássicos, e em particular na intenção que emergira dos renascentistas, iluministas e demais personagens, o conhecimento seja aqui contemplado.
De salientar que os aspectos que aquí desfilarão serão de carácter filosófico, e mesmo que sejam inteiramente da responsabilidade das ciências particulares, os assuntos serão desfigurados de forma infinita, carecendo se necessário de meditações metafísicas.


O PORTAL DA FILOSOFIA



TENTATIVAS DE DEFINIÇÃO DA FILOSOFIA

Algo de curioso nos apresenta o título acima, pelo seu carácter duvidoso;  e a incerteza do conteúdo frásico nao surge por acaso, ela é resultante da complexidade que o conteúdo filosófico apresenta, pois ele nao nos garante uma resposta acabada do que é a Filosofia.

DEFINIÇÃO DA FILOSOFIA

O QUE É A FILOSOFIA?

Existem duas principais formas de definir a Filosofia, sendo:
- Uma chamada etimológica, e a outra que se designa prática.

O QUE É DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA?

A definição etimológica consiste em descrever um conceito a partir da sua origem linguística, frásica; isto é, descrever uma realidade tendo como base a formação da própria palavra.
A definição etimológica é importante na medida em que nos traz a origem do termo, mas não aconselháveis para o seu uso em discussões inteiramente científicas, e muito ainda filosóficas, da qual pretende-se atingir um outro estágio de conhecimento, ou simplesmente extrair ilacoes, inferencias ou ainda conclusoes.

DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA DA FILOSOFIA

A Filosofia é uma palavra de origem grega, resultante de duas palavras conforme ilustracao abaixo:
PHILOS + SOPHIA
PHILOS - Amigo, amante, amador, apaixonado, etc.
SOPHIA - Sabedoria, conhecimento, discernimento, inteligencia, etc.
Assim, o termo Filosofia será então etimologicamente amigo ou amante do saber ou conhecimento.