quarta-feira, 23 de janeiro de 2013




      FILOSOFIA DO ESTADO
 PARTE II


Aquando da invenção da máquina a vapor, o que se tem traduzido nas expressões frequentemente usuais como a A Revolução Industrial, bem como da luta na emancipação do homem naquele período, também traduzido nas expressões como O Iluminismo, as sociedades locais fizeram-se caracterizar de problemas peculiares como a procura de melhores condições de vida.
Assim, os pontos onde residiam as novas técnicas tornaram-se os bastidores no que tange ao teatro dos problemas sociais nunca antes assistidos. Fenómenos novos como criminalidades brutais, prostituição aguda e mais, que foram o fruto da superação populacional em relação aos recursos e ao próprio domínio espacial, levaram ao desespero dos que exerciam o poder, assim como era o caso da Polis na Grécia antiga.
Ora, a aderência ou preferência dos habitantes das zonas Centro e Norte à capital do país convida a esta mesma região a deliciar-se das amarguras outrora atravessadas pelas sociedades mentoras das técnicas industriais; a concentração de recursos apresenta-se como resposta da indagação do cenário actual em nossa sociedade.
A infelicidade do discurso político a esta problemática reside na contradição entre a teoria que advoga os quadros para o distrito, antes que estes garantam recursos para os respectivos quadros, e consequentemente para a maioria, e isto é o que tem caracterizado o vazio das novas políticas de desenvolvimento.
A questão dos recursos não pode ser reduzida a multiplicação de simples instituições ou laboratórios desprovidos de materiais ou equipamentos para a operação dos quadros que o governo tanto investe, para a posteriori não pode-los aproveitar de forma racional, onde Moçambique é o exemplo mais visível entre as nações.
Contudo, a questão dos recursos deve ser vista num prisma ainda mais alargado, na medida em que não reparamos neles de forma limitada, mas transcendendo aquilo que é o seu campo de actuação, como as novas infra-estruturas, como é o caso de melhores estradas, serviços bancários, sanitários, económicos e mais; pois, os quadros que se pretendem que se desloquem aos distritos para servirem como operadores também são objectos de operação de outros operadores.
É inconcebível que um bom electricista tenha um atendimento sanitário precário, ao mesmo tempo que assiste o seu filho estudando em escolas debilitadas materialmente e com uma pedagogia fracassada por falta de recurso humano qualificado, assim como recurso didáctico; sem ainda fazer menção da comunidade em geral que idem merece este privilégio, resumindo-se assim numa perda da sociedade futura.
Com isso, urge ao governo o maior senso de responsabilidade no exercício do poder, pois trata-se de uma luta orgânica na medida em que ao repararmos o electricista, simultaneamente teríamos que reparar o militar como defesa das fronteiras do próprio distrito, o médico, agrónomo, canalizador entre outros serviços.
A possibilidade de uma analogia política entre Moçambique e a maior parte dos países africanos tem a sua base na partilha dos mesmos problemas, quer ao longo da história tanto com o presente, de maneiras que seria lícito que nos espelhássemos nestes povos irmãos, não na perspectiva de duplicarmos os nossos problemas na recolha dos problemas deles, mas na perspectiva de colhermos deles as qualidades que lhes fazem diferentes de nós em termos de prosperidade, pois seria-nos fictício qualquer tentativa de comparação em relação aos países do primeiro mundo, pelo facto destes já terem transcendido o que ainda nos é utopia.
A Problemática da monopolização de recursos pode com facilidade dirigir-nos para um futuro sombrio etnológico na medida em que poderemos futuramente contar com um número elevado de esclarecidos em uma apenas região, marginalizando nesse sentido as outras regiões, que cultivarão acentuadamente os hábitos tradicionais como fruto da ausência de uma visão racional ou científica da realidade.
Por se tratar de um problema de culpa política, não seria novidade se pensássemos que com a presença de um forte partido político, seria de extrema vitalidade para a nossa sociedade no contexto de vida em que nos encontramos.
A proliferação destes grupos apenas em momentos eleitorais tem provado integralmente a inexistência de um punhado de gente que se preocupe realmente com os problemas da nação; e como auge, a mediocridade destes grupos é revelada pelo número elevado, se não cabalmente, de gente não esclarecida, razão pela qual repetem em outros moldes as mesmas promessas às dos outros grupos.

     



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